Filmregisseur
Michael Haneke antes de tudo é um questionador. E o encontro das respostas não é nada explícito. O espectador ou interage ou não apreciará sua arte. Esse jogo Espectador X Cineasta é evidente desde da primeira experiência com a sua obra. E ele o faz das formas mais inusitadas e inesperadas já vistas na 7a arte. O seu poder se concentra na imagem, no que ela deveria dizer, expressar ou mesmo esconder. Não, Haneke não esconde. Ele omite.
Esse alemão nascido em Munique é o grande poeta contemporâneo, o seu estudo social é no mínimo intrigante. As quebras de barreiras do lógico, do aceitável, nas mãos do mestre são completamente deturpadas. Esse universo aparentemente surreal quando remetido a elementos mais íntimos e pessoais, cria rostos com traços comuns, feições que qualquer um se identifica. E é assim que ele determina a medida exata de realismo. Ele mostra o que não queremos ver, mas mesmo assim o fazemos. Ele questiona e nós temos que responder.
Somos sádicos, diz Haneke. Estamos sempre atrás dessa Violência Gratuita. Gostamos de ver o sofrimento; apreciamos cada segundo desses momentos. Possuímos o poder de escolha e sem pestanejar determinamos momentos de tensão, de perigo e fins trágicos. E não seja ingênuo pensando que é porque sabemos da existência de um final feliz. Queremos é correr esse risco. E convenhamos, são personagens que o fazem pro nós, não pessoas. E não acho difícil cruzarmos esse limite. Pensando bem, já cruzamos. (víde reality shows, programas policiais, etc). Queremos ver uma Professora de Piano, recatada, séria, quebrar o autoritarismo da sua rígida educação através de sexo e sadomasoquismo. Queremos pelo menos tentar decifrar o Código Desconhecido que nos une. Queremos esconder a nossa culpa que há anos nos atormenta. Queremos ter certeza que não determinamos o destino de certas pessoas. Em Caché (escondido), Haneke diz que é impossível, e nos faz reviver tudo aquilo que queremos esquecer. Vivemos momentos anteriores ao apocalipse. O Tempo de Lobos, onde a lei do mais forte prevalece, onde se perdem os valores, estão aí, diante dos nossos olhos.
Michael Haneke estupra a moral, mexe na ferida, busca um entendimento que está longe de ser alcançado. De início, o odiamos por nos fazer de bobos. Por brincar e se divertir às nossas custas. Por nos deixar inebriado à realidade que nos cerca. Mas, ao encontro das respostas, o idolatramos. Ah, como idolatramos!!!
MICHAEL HANEKE FAZ CINEMA!! GRAÇAS A DEUS!!
Por Rick Monteiro (rick_monteiro@yahoo.com.br)
Esse alemão nascido em Munique é o grande poeta contemporâneo, o seu estudo social é no mínimo intrigante. As quebras de barreiras do lógico, do aceitável, nas mãos do mestre são completamente deturpadas. Esse universo aparentemente surreal quando remetido a elementos mais íntimos e pessoais, cria rostos com traços comuns, feições que qualquer um se identifica. E é assim que ele determina a medida exata de realismo. Ele mostra o que não queremos ver, mas mesmo assim o fazemos. Ele questiona e nós temos que responder.
Somos sádicos, diz Haneke. Estamos sempre atrás dessa Violência Gratuita. Gostamos de ver o sofrimento; apreciamos cada segundo desses momentos. Possuímos o poder de escolha e sem pestanejar determinamos momentos de tensão, de perigo e fins trágicos. E não seja ingênuo pensando que é porque sabemos da existência de um final feliz. Queremos é correr esse risco. E convenhamos, são personagens que o fazem pro nós, não pessoas. E não acho difícil cruzarmos esse limite. Pensando bem, já cruzamos. (víde reality shows, programas policiais, etc). Queremos ver uma Professora de Piano, recatada, séria, quebrar o autoritarismo da sua rígida educação através de sexo e sadomasoquismo. Queremos pelo menos tentar decifrar o Código Desconhecido que nos une. Queremos esconder a nossa culpa que há anos nos atormenta. Queremos ter certeza que não determinamos o destino de certas pessoas. Em Caché (escondido), Haneke diz que é impossível, e nos faz reviver tudo aquilo que queremos esquecer. Vivemos momentos anteriores ao apocalipse. O Tempo de Lobos, onde a lei do mais forte prevalece, onde se perdem os valores, estão aí, diante dos nossos olhos.
Michael Haneke estupra a moral, mexe na ferida, busca um entendimento que está longe de ser alcançado. De início, o odiamos por nos fazer de bobos. Por brincar e se divertir às nossas custas. Por nos deixar inebriado à realidade que nos cerca. Mas, ao encontro das respostas, o idolatramos. Ah, como idolatramos!!!
MICHAEL HANEKE FAZ CINEMA!! GRAÇAS A DEUS!!
Por Rick Monteiro (rick_monteiro@yahoo.com.br)
7 Comments:
puto magro
Blogs: como eles estão mudando a vida de todos nós
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG74912-5990-428,00.html
"Você vai lá, escreve um texto, publica uma foto, um filme, põe links para o que mais julgar interessante na rede e pronto. Está feito seu blog.
Tradicionalmente, os diários eram escritos em pequenos cadernos por quem queria manter as coisas em segredo. Pois na internet eles se transformaram em manifestações públicas e coletivas. Um faz referência ao outro. Um comenta o outro. Um se inspira no outro."
só lembrei de 2006.... :))))
Em "Violência Gratuita" ele nos faz pensar até que ponto não somos responsáveis pela exploração da violência nos meios de comunicação.. genial! "Caché" é uma cabeçada nos franceses.. a França que é a mãe adotiva dos que saíram das colônias para viver no país colonizador.
Eu e a equipe do Cafezinho fomos ver(eu rever) Codigo Desconhecido. E o filme tomou uma magnitude excepcional na segunda revisitada. Haneke mostra uma lucidez incrivel nesse filme de costumes. O que achasse hein B!?
Ah, dia 19 vai ser especial. Teremos no mesmo dia Michael haneke e Paul Thomas Anderson. Funny games e Boogies Nigts respectivamente. A espera me mata.
Outra coisa: Quem tiver interessado no cinema do alemao, na Fundacao estah passando Caché e Codigo Desconhecido.
Abracos.
a Heineken faz cerveja!! Graças a Deus!!!
Eu não assisti muitos filmes do Haneke mas sei que o único filme que realmente mexeu com as minhas entranhas foi Violência Gratuita.
Esse é o tipo de cinema que tanto faz falta.
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